“Supermercado lotado… estante dos doces… De repente, a pergunta: Compra um chocolate pra mim? Você diz não, mas seu filho(a) começa a chorar desesperadamente… E junto ao choro vem os gritos e para completar o show se joga no chão…”
Por que se precisa impor limites à criança? Não é para não passar vergonha!!! Deve-se impor limites porque ela vive em sociedade e não pode fazer tudo o que deseja. Além disso, é no adulto cuidador que ela irá encontrar um guia, pois para a criança é muito dificil ter sempre a responsabilidade de definir o que deve fazer e o que é bom para ela, pois está em desenvolvimento e não tem clareza das conseqüências de suas ações, devendo o adulto ser a sua referência. Neste sentido, o limite adquire um significado mais amplo: não é apenas aquilo que pode ou não ser feito, é um elemento organizador, que protege e situa a criança, auxiliando-a a conhecer as causas e conseqüências de suas atitudes e a adquirir um entendimento adequado da realidade.
O pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott dizia: “É saudável que um bebê/criança conheça toda a extensão da sua raiva. Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma criança a quem se cede em tudo imediatamente, ‘a quem nunca se recusou nada’, como dizem os pais, suporta mal a frustração.
Por isso, a escuta é algo essencial na educação. Entender o que é dito por nossas crianças é algo importante. Pais e educadores devem estar atentos para entender o desenvolvimento infantil e assim, lidar com as frustrações infantis. O limite é algo estruturante e deve ser realizado sem vergonha. Apenas desta forma, a criança irá se desenvolver de forma livre e organizada.