Você já olhou para o semáforo? Já pensou sobre o que o amarelo significa? Ele pede que você “preste atenção”. Preste atenção ao fluxo. Olhe para os lados. Vá devagar.Muitas vezes a intensidade das cobranças, a velocidade da vida, atropela algumas pessoas mais frágeis e elas encontram o medo da vida.
Então, fazemos um convite: vamos prestar atenção a o que está acontecendo em nossas vidas, com nossos sentimentos, com as pessoas a nossa volta e como estão os sentimentos das pessoas próximas a nós.
Prestar atenção sobre “para onde estão indo os pensamentos”?, “Estamos buscando alternativas”?, “Estamos buscando culpados”? “Queremos fugir ou lutar”?
Sabemos que o mundo enfrenta momentos difíceis. E os números de tentativas de suicídios aumentaram nas últimas décadas, principalmente entre adolescentes e idosos. Parece que o desamparo entre nossos jovens e nossos velhos toma conta e os tornou vitimas da solidão e do silêncio.
Neste momento é imprescindível que a população possa saber o que é, para não correr o risco de erros e tolices a respeito. As tentativas de suicídio e o suicídio são marcados por muitos mitos e por vezes até inverdades.
Quem nunca ouviu que “quem quer morrer não avisa”. Ou “se a pessoa que morrer não tem o que fazer porque ela vai conseguir “. Também se diz muito que suicídio é pra chamar atenção. Ou coisa de gente de cabeça fraca.
Muitas vezes, o suicídio é uma consequência da depressão. Pode ser inclusive um.pedido de ajuda. A depressão é uma doença do cérebro, onde acontece uma desordem neuro química. Esta pode ser em maior ou menor grau e pode necessitar de medicação. O tratamento adequado sempre é a psicoterapia e o acompanhamento de um médico avaliará a necessidade do uso de medicação .
O fato é que a desordem causada impede ou no mínimo, atrapalha o indivíduo nas suas tarefas e no convívio diário com outras pessoas. A própria pessoa e quem convive com ela não entende e tampouco sabe lidar com isso.
Advém daí o acompanhamento psicológico, onde o paciente e/ou seus familiares têm a oportunidade de conversar e oportunizar uma releitura dos acontecimentos a respeito da doença.
A nós, profissionais da área cabe sempre falar a respeito de modo a desmistificar a depressão e torná-la acessível ao entendimento da população. Mas o mais importante ainda é OUVIR.
Ouvir a dor , ouvir a solidão, ouvir o silêncio. O silêncio pode muitas vezes ser o grito do pedido de ajuda, o grito da vida.