Faz quase dois anos que não sabemos o que é viver sem guerra, sejam elas provenientes dos nossos conflitos internos que, de uma forma ou de outra, sempre se fazem presentes, do Covid que foi se alastrando e matando milhões de pessoas e, agora, o temor da probabilidade de uma III° Guerra Mundial, através da Guerra da Rússia contra Ucrânia.
Chegou o Covid, nos fazendo reféns dentro de nossas próprias casas, nos tirou do convívio daqueles que mais nos eram caros e sempre com o temor de uma perda maior e/ou irreversível. Fomos lutando e esta guerra foi mudando de contornos, fazendo com que nos sentíssemos um pouco mais seguros para retornar ao trabalho presencial (àqueles que haviam parado) , para mandar os filhos para escola novamente, para tentar acreditar que era possível retornarmos a um padrão de vida conhecido.
A trégua durou pouco, pois, nem tão longe assim de nós, outra guerra se apresenta. O que explicar para as nossas crianças? Que expectativa criar em relação ao nosso futuro e ao dos nossos filhos? Tudo novamente ficou muito incerto e, dessa vez, a política assumiu novamente o protagonismo à frente de tudo.
Então temos que lidar com conflitos gerados pelos transtornos externos e o impacto deles com as nossas inseguranças pessoais. Sairemos mais estáveis, mais fortalecidos de todo este embate que não nos dá trégua? Sim, desde que saibamos nos deparar e analisar nossas fragilidades e, em casos nos quais o sofrimento torna-se mais intenso, a psicoterapia pode auxiliar neste processo evolutivo.