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CONSEQUENCIAS EMOCIONAIS APÓS UM TRAUMA.

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O risco de exposição a experiências psicológicas ruins ou traumáticas tem feito parte da condição humana durante toda a evolução como espécie. Atualmente esse “risco” tem crescido muito, poucas são as cidades que não enfrentam casos diários de violência.

Quando a mídia trata das agressões interpessoais do cotidiano, assaltos, assassinatos, brigas, acidentes, etc, se esforça em informar bem acerca dos prejuízos diretos da violência e, principalmente, sobre os prejuízos materiais envolvidos nessa batalha, mas isso não reflete a totalidade do dano.

Na realidade, os prejuízos determinados pelos acidentes da vida em sociedade ultrapassam em muito os números de mortos ou as perdas materiais. Esses outros prejuízos não aparecem nos números “oficiais” e dizem respeito à pessoa humana, às consequências emocionais acarretadas.

Como a violência urbana e a agressão interpessoal constituem ameaça à vida, à integridade física e à sensação de segurança das pessoas, de forma cotidiana, a resposta emocional sob a forma de Transtorno por Estresse Pós-Traumático começa a se tornar uma ocorrência frequente.

Trata-se de transtornos emocionais desencadeados pelo esforço adaptativo do indivíduo ao seu meio e, quanto mais hostil for esse meio, maior as probabilidades de transtornos emocionais, ou seja, do surgimento de um quadro clínico emocional causado especificamente por um acontecimento traumático.

Os indivíduos que passam por alguma situação traumática podem apresentar sintomas distintos, podendo ser divididos em três grandes grupos:

  • Reexperiência do trauma: O individuo fica preso ao fato ocorrido, mesmo estando em segurança vive o trauma como atual. Tem lembranças que invadem sua mente de forma intrusiva e rumina pensamentos de forma nada produtiva. Também por sonhos e pesadelos surge a revivencia do trauma. Paradoxalmente algumas pessoas podem vir a compulsivamente se expor a situações de risco, similares a que enfrentou buscando reexperimentar pelo comportamento o que viveu.
  • Distanciamento Emocional: O individuo busca constantemente esquivar-se de algo que possa estar associado ao trauma, seu sofrimento faz com que desenvolva estratégias de fuga, que podem ser sutis ou inadequadas. Podem não aceitar falar no assunto, envolver-se compulsivamente em tarefas ou mesmo fazer uso de substancias como álcool e remédios para evitar lembrar-se do que houve. É tão grande o receio de reviver o que houve que, por vezes, a vida social acaba por ficar comprometida, podendo chegar a desenvolver fobias.
  • Hiperexcitabilidade Psíquica: São reflexos de uma excitação fisiológica extrema ligada ao sistema nervoso central. O individuo passa a ter reações que acompanham o humor ansioso, como: taquicardia, náusea, “formigamentos”, tonturas, sudorese, tremor, entre outras. Podem vir a apresentar insônia, irritabilidade e hipervigilância, estando sempre em alerta, esperando algo ruim acontecer.

Algumas pessoas conseguirão superar situações traumáticas sozinhas ou com o apoio de familiares, porém é necessário estar observar quando não ocorre a melhora devida e assim buscar ajuda. Quando sintomas permanecem por um período mais longo, indicam que a agressão foi vivida muito intensamente, com um estado de estresse excessivo.

O início de uma Psicoterapia permite articular recursos terapêuticos para enfrentar o fato ocorrido, visando desde alívio de sintomas até melhoras duradouras de padrões relacionais anteriormente desadaptados.

É possível voltar a viver plenamente o presente!