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COMUNICAÇÃO DOS AFETOS E RELAÇÕES INTERPESSOAIS.

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Diante da atualidade, onde nos encontramos em situações sociais polarizadas, individualizantes, por vezes desenraizadas, se apresenta um maior desconforto nas relações interpessoais, principalmente no que se refere aos afetos/sentimentos/emoções. A partir de aprendizados, bem como os modelos de educação emocional e crenças equivocadas, há um incentivo, no senso comum, de que os afetos ditos “positivos” são completamente aceitáveis, em contrapartida dos chamados “negativos”, vistos como prejudiciais na comunicação e relacionamentos. Provavelmente em algum momento da vida, há quem tenha sido convidado a se livrar da raiva, ressentimento, tristeza, entre outros, como um retorno controverso à relação. E a partir desta experiência, pode surgir o desejo/ímpeto de esconder o que se sente do outro e até de si mesmo. Porém, assim como os afetos considerados positivos, os negativos também fazem parte da natureza humana. Reprimir ou ignorar não fará com que eles desapareçam, muito pelo contrário! Muitas vezes eles podem surgir de forma mais intensa, fazendo com que nos comportemos pressionados por eles, sem nem percebermos! Aqui se fala do exercício da linguagem emocional: a forma de expressar, reconhecer, entender, aceitar e passar a treinar uma melhor maneira de comunicar. Demonstração não significa fraqueza ou inabilidade! A realidade humana é diferente, sofremos muito mais quando não expressamos nossos sentimentos. Quando se fala em psicoterapia, por exemplo, exprimir o que se sente é ponto fundamental, por mais que, às vezes, pareça constrangedor. Quando falamos das outras relações do dia-a-dia, toda vez que se identifica e reconhece o que se sente, tende a ser mais fácil evoluir na comunicação com os pares. Mais um exemplo: em uma conversa, quando a expressão se dá de forma mais fluida e natural, a conexão, bem como o retorno do outro facilitam inclusive a evolução para uma resolução de problemas mais efetiva. Admitir que se experimenta raiva, tristeza, frustração diante de determinada atitude pode ser um ponto de partida pra que o outro reveja a sua forma de agir, se comunicar e de se comportar. Ou seja: a honestidade de um pode encorajar o outro a ser honesto também! E assim, passa-se a rever a forma de me comportar, por consequência, como um ciclo. Os afetos, independente de intensos ou não, são parte da essência humana. Servem para transmitir algo que é verdadeiro, genuíno, ainda que por vezes não desejado. Cabe exercitar o olhar pra si, entender o que se sente naquele momento, ressignificar, aceitar, para que então se passe a inserir este hábito no modo de se comunicar, adquirindo qualidade de vida e qualidade nas relações.