Considerada uma doença do mundo moderno, a endometriose atinge um número elevado de mulheres, sendo que muitas, até receberem o diagnóstico, desconheciam a doença. Trata-se de um distúrbio que atinge mulheres durante os seus anos reprodutivos. Define-se por um crescimento do tecido endometrial, que recobre o interior do útero, para fora da cavidade uterina. Este tecido é renovado mensalmente pela menstruação e seus principais sintomas são: cólica menstrual intensa, sangramento uterino anormal, dor durante a relação sexual e infertilidade.
Estudos demonstram que o tempo de inicio dos sintomas até o diagnóstico definitivo pode ser de oito anos para a dor e cinco anos para a infertilidade. Neste meio tempo muitas são as crises de ansiedade pelas quais as mulheres passam, sentimento de irritabilidade, tristeza, falta de prazer na vida, podendo vir a desenvolver um quadro depressivo devido o afastamento social.
A psicoterapia pode auxiliar estas mulheres a lidarem com a frustração frente ao diagnóstico, ansiedades que a doença gera e todos os aspectos emocionais envolvidos. O objetivo de considerar o aspecto emocional da endometriose visa compreender a associação existente entre esse fator, a doença e seus sintomas para conseguir estabelecer um tratamento mais efetivo, garantindo atenção também às queixas emocionais.
Não podemos deixar de pensar nos aspectos psicossomáticos que envolvem a endometriose e outras doenças crônicas na busca por compreender os processos mentais envolvidos no adoecimento físico. Em alguns casos o corpo pode estar sendo usado de “descarga” psicossomática, uma forma de evacuar via corpo o que a mente não suporta. É importante a mulher buscar ajuda especializada, para lidar com toda demanda emocional gerada pela doença, entendendo as dificuldades, limitações e principalmente tendo um espaço para pensar.