Então, TPM existe mesmo ou é frescura de mulher? Existe sim e, desde o último lançamento do DSM-V em 2012, ela se encontra junto na categoria dos Transtornos Depressivos, logo é séria e precisa ser tratada como tal.
Primeiramente vamos começar falando que a tão conhecida TPM, tensão pré-menstrual, na verdade se divide em duas categorias, a síndrome pré-menstrual e a TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual), forma mais intensa da TPM (tensão pré-menstrual). A TPM e a TDPM foram, por muito tempo, erroneamente associada ao temperamento de mulheres mais sensíveis. Contudo, os novos achados mostram que existem causas biológicas e genéticas para as alterações físicas, comportamentais e emocionais por que passam as mulheres com o transtorno.
A TPM atrapalha a vida pessoal e profissional de diversas mulheres por todos os meses e essa tensão é gerada por alterações hormonais que antecedem a menstruação. Em geral, os sinais da TPM aparecem na metade do ciclo menstrual e desaparecem em até dois dias após o início da menstruação.
A TDPM, que afeta as mulheres em idade fértil, é marcada por sintomas físicos e comportamentais semelhantes aos da TPM, mas muito mais intensos e severos. Além da sensibilidade alterada nas mamas e o inchaço na barriga, a irritabilidade, tristeza e ansiedade chegam a ser tão extremados que incapacitam as mulheres de realizarem suas tarefas de cotidiano, prejudicando a vida destas e, consequentemente, das pessoas que com elas convivem.
Segundo o DSM-V os critérios diagnósticos são:
-A. Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos cinco sintomas devem estar presentes na semana final antes do inicio da menstruação, começar a melhorar poucos dias depois do inicio da menstruação e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual.
-B. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve estar presente:
- Labilidade afetiva acentuada ( por ex, mudanças de humor, sentir-se triste ou chorosa, sensibilidade aumentada a rejeição)
- Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais.
- Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos.
- Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite.
-C. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve adicionalmente estar presente para atingir um total de cinco sintomas quando combinados com os sintomas do critério B.
- Interesse diminuído pelas atividades habituais.
- Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar.
- Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada.
- Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por alimentos específicos.
- Hipersonia ou insônia.
- Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle.
- Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de inchaço ou ganho de peso.
Nos casos graves, é necessária uma medicação mais específica. Atualmente, o tratamento usado com melhores resultados são os antidepressivos. Estudos recentes mostram que essa medicação usada na menor dose possível e durante a fase de tensão pré-menstrual tem melhorado muito a qualidade de vida das mulheres que experimentam essa disfunção.
Na psicoterapia, a mulher vai compreender sua oscilação de humor e aprender a lidar melhor com suas habilidades de manejo quando as “crises” estiverem chegando, bem como aprender a conhecer melhor tanto a si como o seu corpo, que também faz parte do processo de amadurecimento feminino.