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O QUE DIZ SUA VOZ INTERIOR?

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A capacidade de sentir afeto e conexão faz parte da nossa natureza humana. Sobrevivemos e
nos constituímos como sujeitos através do cuidado, do vínculo, do reconhecimento, da validação.
Somos cuidados e aprendemos a cuidar.
Um amigo querido compartilha com você o sofrimento emocional que está vivenciando.
O que você diria ao seu amigo? Uma palavra de conforto, de apoio, de compreensão, certamente.
A emoção da compaixão, do “sofrer com” o seu amigo vem dessa capacidade de cuidar do outro e o
reconhecimento da dor, da frustração, da falha, da imperfeição como uma experiência da vida.
Agora você cometeu um erro no trabalho, você não foi selecionado para uma nova oportunidade
profissional, você teve um conflito familiar, você sofreu uma decepção amorosa.
O que diria a sua voz interior?
Infelizmente, a maioria de nós tem a tendência a sair numa batalha interna, numa severa
autocrítica, com sentimentos de incapacidade, de desvalor ou de desamor. E o que sua voz interior
continuaria dizendo? Que você precisa ser melhor? Que você precisa ser perfeito ou especial? Ou que
você não tem jeito, não é merecedor de coisas boas?
Você e seu amigo tem motivos diferentes, circunstâncias diferentes, intensidade da dor diferentes,
mas a vulnerabilidade e o sofrimento são legítimos em ambos. Por que a sua voz interior não é
compassiva com você? A autocompaixão é a capacidade de reconhecer nosso próprio sofrimento, a
nossa dor emocional, é identificar os sentimentos e dar-se uma palavra de conforto, é parar a
autocrítica com compreensão e bondade. Mais leves, percebemos com mais tranquilidade onde
estamos errando, onde estamos acertando, percebemos como somos, o que tememos, o que desejamos,
e como nos direcionar para um lugar melhor.
Perceba que tratar-se com bondade e aceitar sua dor não é ficar estagnado sofrendo! É fazer um
movimento para dentro de si e um movimento mais consciente para fora de si. Se estiver difícil
sozinho, inicie o movimento com a busca da psicoterapia. Experimente o olhar-se com bondade, com
cuidado. Solte o nó…alivia, acalma!