Nesta primeira década do século XXI não podemos “ouvidar” que a introdução do mundo Cibernético, (o temo “ciber” vem do grego “Kubernetes”, a arte do controle, pilotagem, governo. O que podemos inferir não tratar-se de um controle e sim de uma nova interação), em nossos tempos vem modificando os modos de concepção do mundo e ações sobre a realidade. A internet, que muito diversificou os meios de conexão, fez surgir a rede mundial de computadores a “web”. O Virtual vêm provocando mudanças nos hábitos e práticas, não mais apenas dos jovens que a utilizam mas também cada vez mais diretamente daqueles que por motivos econômicos ainda não dispunham de acesso. Nesse momento, um dos principais grupos sociais que têm usufruído e participado das mais diferentes formas de interação da nova mídia é dos jovens. Pois isso, é importante e essencial uma abordagem que mostre as principais formas de interação desse grupo com a realidade social. A partir desta abordagem a decisão de focar o estudo desse artigo sobre esse grupo social.
Comunicar-se através da internet é uma realidade e o excesso de contato com a “web”, comunidades, jogos, sites de relacionamentos, bate-papo on-line, chats, e-mails e inclusive com outras mídias populares mais acessíveis como os celulares e com as redes sociais pode gerar sintomas ansiosos (transtornos de ansiedades), pois acaba por provocar aumento de preocupações generalizadas (o distanciamento dos afetos físicos estabelecidos na “vida real”, e o contraponto da realidade que oportuniza o contato constante e ininterrupto enquanto for de interesse dos jovens).
A opacidade das fronteiras entre o real e o virtual e a exposição excessiva às redes sociais, especialmente na adolescência, pode aumentar incidência de sintomas depressivos e, por mais contraditório que possa parecer, aumenta queixas de solidão. Ou seja, existe uma geração que parece ser altamente conectada, porém solitária, em uma fase da vida em que socialização é fundamental. Ocorre então um prejuízo nas relações sociais da vida real e as pessoas passaram a se encontrar cada vez menos.
Trocar experiências, poder conversar sobre estas novas vivências é algo fundamental no enfrentamento deste período, sobretudo numa sociedade já tão carente de contato afetivo e tão abundante em conexões virtuais.
Aqueles que não estiverem preparados para lidar com as possíveis sensações de solidão, tristeza e raiva geradas no universo online podem prejudicar bastante suas relações na vida real, esquecendo que o que ocorre nas mídias sociais é apenas uma pequena parte da realidade. Além disso, frequentemente os indivíduos passam a comparar as suas vidas com as de outras pessoas com base, muitas vezes, em imagens enganosas e que transmitem uma felicidade constante em que não há espaço para a tristeza.
Pesquisas recentes apontam que, contrariando o estereótipo que a solidão atingiria prioritariamente as pessoas mais velhas, os resultados indicam que indivíduos entre 16 e 24 anos de idade são aqueles que apresentam os índices mais altos dessa sensação, chegando a quase a metade dos entrevistados. Identificam que, o que pode explicar a solidão entre pessoas dentro dessa faixa etária é que geralmente os indivíduos, nessa fase da vida, costumam enfrentar maiores crises de identidade e a habilidade regular as próprias emoções ainda é mais frágil, o que pode intensificar esse sentimento.